COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL

1.Comunicação Interpessoal
Para  estudar a funcionalidade do Processo de Comunicação, precisamos usar recursos que dão ênfase a intenção que o emissor quer transmitir para que a mensagem seja compreendida ou se reforçe algum elemento linguístico específico para a composição. Desde do passado o homem e começando pelas pinturas ruprestes na pré-história ou pela escrita cuneiforme da Mesopotamia, ele tem criado meios para se expressar, desde signos, sinais, gestos, desenhos, letras e por fim a palavra oral e escrita na realização deste processo de comunicação.
A comunicação interpessoal é um processo onde a troca de informações permite que duas ou mais pessoas comuniquem de forma interactiva, face-a-face (proximidade física), oral e directa, de modo a criar uma relação, cujo objectivo é a troca e a assimilação de informações. Na relação entre as duas pessoas, em que um é o emissor e o outro é o recetor, havendo a possibilidade de troca de “papéis”. O emissor é aquele que imite uma mensagem, ou seja, ele é que proporciona a comunicação, para que o recetor a receba e descodifique de forma a dar-lhe um sentido.
Toda esta troca de informação tem como base um conjunto de vivências, de experiências, que influenciarão tanto a pessoa que as imite, como a pessoa que as recebe. A comunicação surge no sentido de motivar e influenciar um determinado comportamento, sendo a interacção recíproca. O modo como uma pessoa se comporta é determinado pelas necessidades de relacionamento com outras. Para existir eficácia na comunicação é necessária compreensão, cuidado e preocupação do emissor em se colocar no papel de recetor e vice-versa.
A comunicação interpessoal é essencialmente um processo interativo e didático (de pessoa a pessoa) em que o emissor procura construir significados e desenvolve expectativas na mente do recetor.
Os modos de comunicação empregues podem ser verbais (orais e escritos) e não verbais (gestos, expressões, olhares, tom de voz, postura, entre outros). Toda a troca de informação tem como base contextos diferentes.

A representação tradicional do sistema de comunicação é a seguinte:

O emissor - que emite e codifica a mensagem; o canal - meio pelo qual circula a mensagem; o código - conjunto de signos usado na transmissão e receção da mensagem; o meio - contexto relacionado a emissor e receptor; mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor; o recetor - que recebe e descodifica a mensagem.
Os intervenientes devem ter atenção ao referente da mensagem na correta transmissão de dados ou de informações, de modo a que se possa obter sucesso no processo de resposta ou feedback.
O sujeito participa em processos de comunicação e não se limita apenas a comunicar. O ato de comunicar é um ato social, obriga necessariamente a uma relação. Os comportamentos que as pessoas assumem quando estabelecem uma relação, estão condicionados pelas regras de interação que cada sujeito adquire.

2.FORMAS DE COMUNICAÇÃO (Verbal/ N. Verbal)
Uma mensagem pode ser transmitida de modo Verbal ou N. Verbal. Sendo a comunicação Verbal mais comum e a que é usada mais frequentemente.
 Existem duas formas de comunicação verbal:
Verbal oral; refere-se a esforços de comunicação tais como dar instruções a um colega, entrevistar um candidato a um emprego, informar alguma coisa a alguém, e assim por diante.).
Verbal escrita; refere-se a memorandos, relatórios por escrito, normas e procedimentos.

 A comunicação não - verbal:
Refere-se à transmissão de uma mensagem por algum meio que não o da fala ou da escrita, é uma das facetas mais interessantes da comunicação. Incorpora coisas como o modo com que usamos o nosso corpo, os nossos gestos e nossa voz (choro, riso, sons) para transmitir certas mensagens.
2.1. CONCEITOS IMPORTANTES
Do lado do emissor há um processo de codificação, do lado do recetor está a descodificação. Entre a mensagem enviada e a recebida há um hiato, em que diversos ruídos podem aparecer, afetando a mensagem. A comunicação não estará completa enquanto o recetor não tiver percebido a mensagem. Se o ruído for demasiado forte em relação ao sinal, a mensagem não chegará ao seu destino, ou chegará distorcida.
 Ruído: tudo o que interfere na comunicação, prejudicando-a. Pode haver muito barulho no local onde se encontram, um emissor ou recetor fora de sintonia, situação de cansaço, falta de empatia ou habilidade para colocar-se no lugar de terceiros.
Redundância: é todo o elemento da mensagem que não traz nenhuma informação nova. Mas que têm um papel importante na qualidade da comunicação, clarificando e reforçando as ideias transmitidas. É um recurso utilizado para chamar à atenção é uma compensação para as perdas por ruído. Nesse sentido, deve-se repetir frases e informações julgadas essenciais para à compreensão do recetor. O papel da redundância é reduzir os riscos de perda de informação.

2.2. FATORES CONSIDERADOS PARA A COMUNICAÇÃO
Como o fato de receber a mensagem não garante que o recetor a interprete corretamente, o emissor deve levar em consideração se o recetor domina o mesmo código linguístico que o seu, assim como estar atento á envolvente no momento de transmissão da mensagem:
- A linguagem ou o (s) símbolo (s) usados para a comunicação, e a respectiva capacidade de levar a informação e esta ser entendida por ambas as partes.
- O canal de comunicação, ou o meio empregado e como as informações são recebidas através dos diversos canais (tais como comunicação falada ou escrita).
            - O conteúdo da comunicação (boas ou más notícias, relevantes ou irrelevantes,)
- As características interpessoais do transmissor e as relações interpessoais entre transmissor e o receptor (em termos de confiança, influência etc.).
- O contexto na qual a comunicação ocorre, em termos de estrutura organizacional.
3. BARREIRAS À COMUNICAÇÃO
 Sobrecarga de Informações: quando temos mais informações do que somos capazes de ordenar e utilizar.
As informações que se encaixam no nosso auto-conceito tendem a ser recebidas e aceites muito mais prontamente do que dados que venham a contradizer o que já sabemos. Em muitos casos negamos aquelas que contrariam nossas crenças e valores.
O fato de algumas pessoas terem mais credibilidade do que outras (status), temos tendência a acreditar nessas pessoas e desconfiar de informações recebidas de outras. Temos de ter em atenção que uma das principais causas de muitas falhas de comunicação ocorre quando a mensagem não têm motivação, pertinência, não chegando sequer a chamar a atenção do recetor. Assim como o indivíduo que se sente pouco a vontade ou na defensiva tende a reagir de forma insegura fato que diminui a probabilidade de entendimento mútuo
A localização física e a proximidade entre transmissor e receptor também influenciam a eficácia da comunicação.
4.COMO MELHORAR A COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL
Como vimos existem algumas barreiras á comunicação, mas para que essas barreiras sejam contornadas temos a possibilidade de melhorar a comunicação interpessoal, através de:
            - O uso de linguagem apropriada e direta.
            - O fornecimento informações tão claras e completas quanto possível.
- O uso de canais múltiplos para estimular vários sentidos do receptor (audição, visão etc.).
            - A comunicação face a face sempre que for possível.
            - Escuta ativa. A chave para a escuta ativa ou eficaz é a vontade e a capacidade de escutar a mensagem inteira (verbal, simbólica e não - verbal), e responder apropriadamente ao conteúdo e à intenção (sentimentos, emoções etc.) da mensagem. É importante criar situações que ajudem as pessoas a falarem o que realmente querem dizer.
            - Empatia. A escuta ativa exige uma certa sensibilidade às pessoas com quem estamos tentando nos comunicar. Em sua essência, empatia significa colocar-se na posição ou situação da outra pessoa, num esforço para entendê-la.
- Reflexão. Uma das formas de se aplicar a escuta ativa é reformular sempre a mensagem que tenha recebido. A chave é refletir sobre o que foi dito sem incluir um julgamento, apenas para testar o seu entendimento da mensagem.
            - Feedback. Como a comunicação eficaz é um processo de troca bidirecional, o uso de feedback é mais uma maneira de se reduzir falhas de comunicação e distorções. O emissor deve estar preparado para receber feedback, visto que o seu comportamento esta contribuindo para o comportamento do recetor. Existem muitos sinais convencionais que se podem utilizar para dar feedback. São elementos que não acrescentam nada à informação mas mantêm a ligação. No caso de feedback negativo, o emissor deve ir direto ao assunto, começar uma discussão com questões periféricas e rodeios geralmente cria ansiedades ao contrário de minimizá-las.
            - Assegurar-se de que quer ajudar (e não se mostrar superior).
- Descrever a situação de modo claro, evitando juízos de valor.
-Concentre-se no problema (evite sobrecarregar o receptor com excesso de informações ou críticas).
A discussão sobre os diversos tipos de comunicação e as várias técnicas para diminuir o ruído, permitiu-nos transmitir as nossas ideias, sentimentos e emoções, com mais clareza e determinação.

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