GUERRA DE FOGO




Curso: Licenciatura em Educação Socioprofissional
Unidade Curricular: Técnicas de Animação de Grupo
Professor: Carlos Jorge De Sá Pinto Correia
Estudante: Maria Fátima Gomes 46201
Obra cinematográfica: Guerra do Fogo


Ficha Técnica
Título original: “La guerre du feu”
Ano: 1981
Direcção: Jean Jaques Annaud
Género: Aventura/Drama
País de origem: França/ Canada
Elenco: Everett McGill, Ron Perlman, Nicholas Kadi, Rae Dawn Chong
Fotografia: Claude Agostini
Música: Philippe Sarde
História: J.H. Rosny Sr.
Argumento Cinematográfico: Gérard Brach



Análise Globalizante
Exposição das ideias principais Ideias principais:

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 O fogo e a luta como forma de sobrevivência
 Exposição a novas formas de comunicação mais desenvolvidas, na qual aprendem a expressar sentimentos através do sorriso, a aprendizagem pela observação.
 Utilização de ervas medicinais e construção de cabanas por parte de grupos mais desenvolvidos
 A forma como veneravam o fogo e como o protegiam
 O respeito e organização dos grupos, a sua hierarquia, o sistema de papéis





Aspectos positivos / negativos

Aspectos positivos:
 A utilização do fogo para se protegerem dos animais, e para se aquecerem
 A interacção dos grupos favorece a comunicação e a linguagem
 A utilização de diferentes objectos e técnicas
 A partilha e a afectividade construída pelos membros dos grupos
 A utilização de diferentes objectos e técnicas
 A partilha e a afectividade construída pelos membros dos grupos
 O sorriso como forma de socialização
 A força do grupo perante as dificuldades


Aspectos negativos:
 O facto de um dos grupos do filme ser canibal
 A luta e disputa pelo fogo causando tantos feridos
 O acto sexual era muito primitivo, havia ausência de sentimento,afectividade









Pertinência pedagógica


Este filme mostra como os grupos funcionam na sua interacção e interdependência, mostra o grau de organização e cooperação, a presença de objectivos, a auto-percepção de pertença ao grupo, mas no entanto a influência de outros grupos revela que o grupo está sempre sujeito a novas mudanças e aprendizagens. O homem pertence simultaneamente a vários grupos com graus de inserção variada e sujeito a múltiplas interacções. Quando as observações realizadas pelos guerreiros leva de um envolvimento dominante para uma relacionamento mais afetivo. A principal mensagem do filme é justamente esse período de transição. Nós somos seres racionais afectivos, temos todo um sistema apto que nos possibilita sermos seres de afectos.


Palavras-chave
Afecto; Sobrevivência; Comunicação; Luta; Grupo; Amizade/Lealdade/entreajuda, Partilha; Diversidade, Cultural

Análise Concentrada

Descrição do contexto e das situações/ reconstrução da temática (história)

O filme aborda a pré-história tendo como meta retratar como decorreu a vida do homem há 80.000 anos atrás sobre os diversos bandos, a sociabilidade desses homicídios e de como eles interagiam.
O filme narra a história de uma tribo Homo Sapiens, ou talvez Cro Magnon, que detém o conhecimento de como manter o fogo aceso, mas não de como produzi-lo. Quando um ataque de uma tribo rival, extingue sua chama primordial, três membros saem numa jornada para conseguir outra chama e reavivar o seu fogo perdido.
Durante a jornada, os três entram em contato com o Homo Sapiens Sapiens, ao salvarem um deles das mãos de uma tribo Homo Neanderthalensis antropófaga. Do contato com este indivíduo e com sua tribo, mais avançados tecnologicamente, são expostos a diversos conhecimentos novos, principalmente à arte de produzir fogo.
Os elementos que compõem o bando de Homo Sapiens ou Cro Magnon estão em uma caverna e realizam atividades em grupo como a alimentação, porém não há um líder, não há uma divindade e nem uma comunicação clara entre eles, tais características são comuns as tribos mais evoluídas de Homo Sapiens sapiens. As relações sexuais são baseadas na força bruta sem qualquer ligação afetiva entre os parceiros.
O fogo é o elemento agregador do bando. É usado para aquecer-los contra o frio, pois ao que tudo indica o mundo estava em um período interglacial caracterizando degelo e ocasionando muitas áreas de inundação, também era usado para assar alimentos que proviam da caça de animais. Contudo, eles dominavam a técnica de manter o fogo aceso, mas não de produzi-lo.
Ainda não possuíam a idéia de enterrar os mortos e cuidar os feridos e doentes, não dominavam nenhuma técnica de cura física, seja por meio de líderes espirituais ou através do uso de ervas. Em uma das cenas um dos hominídios carrega um ferido no ataque ao bando e ao perceber que este estava morto abandona o corpo do companheiro e segue o seu caminho.
Interessante observar que o ataque ao bando que possui o fogo foi executado a espreita e com um objetivo específico, a conquista do fogo. Também podemos dizer que as características dos atacantes estão em um estado evolutivo mais inferior. Após o ataque os sobreviventes se reagrupam em uma área alagada e pelas indicações gestuais se percebe a escolha de três primatas para saírem em busca de uma nova fonte de fogo.
Durante a jornada podemos observar a falta de alimentos e os perigos com os animais selvagens, destacando o tigre dentes-de-sabre e os mamutes. Também é fato que os três possuíam já a idéia da observação do relevo geográfico, e observações com relação a distância, quando o bando encontra uma fumaça e percebe mais ou menos a distância onde se encontra o fogo. Os primeiros indícios de outro bando aparece. As cinzas que estavam no local quando eles chegaram e começam a revirá-la em busca de sobras de alimentos. Quando um dos primatas encontra restos de ossos ainda com certa quantidade de carne. Mas ao perceber que se trata de um humano ele cospe e joga fora os restos mortais, indicando que temos dois bandos, sendo uma delas antropófaga.
Quando identificam o local onde estão a tribo canibal, eles realizam um ataque organizado, sendo que dois do grupo chamam a atenção e um se aproxima furtivamente para assegurar a conquista do fogo. Importante observar que dois hominídeos da espécie Homo Sapiens sapiens estavam amarrados e serviriam de alimento e um deles estava sem o antebraço que já estava sendo degustado por um dos componentes do bando Neanderthalensis.
Salva pela confusão do ataque para a conquista do fogo uma espécie do sexo feminino Homo Sapiens sapiens tenta um contato com o grupo atacante, nota-se inclusive o grau de linguagem da mulher ser bem mais avançado. O grupo inicialmente rejeita a tentativa inicial de manter comunicação. A aproximação só é realizada quando a mulher passa um tipo de erva sobre o ferimento de um dos homicídios feridos no ataque
Em outra passagem um elemento do grupo tenta ter ralações sexuais com a mulher que é forçada ao ato, mas é interrompido por outro integrante do grupo e que infelizmente completa o ato, ou seja, o macho mais forte prevalece sobre a obtenção da fêmea. Comportamento essencialmente animal.
A aparência da espécie Homo Sapiens sapiens já é mais parecido a do homem moderno e as características de uma linguagem avançada, pintura do corpo, conhecimentos necessários a evolução e continuidade da espécie.
Um dos fatores mais importante do filme é transparecer as características evolucionista do Homo Sapiens sapiens em comparação com outras espécies que viveram no mesmo período. A produção do utensílios e a criação de figuras rupestres são elementos que diferenciavam as tribos, na sua constituição, já havia um líder espiritual e uma alimentação de sub-existência, tais como cultivo de frutas e domesticação de animais para fins produtivos como o leite. Mas o que mais impressiona é o domínio da técnica de produção do fogo, enquanto outras espécies lutavam para obtenção e manutenção do fogo, o Homo Sapiens sapiens era uma espécie que controlava esse elemento essencial. Outra característica é o discriminatório, já que o filme retrata as mulheres reprodutoras, no caso as mais gordinhas, deveriam dar continuidade a espécie, sendo a mulher que acompanhava o grupo menos evoluído magra, era discriminada pela tribo.
No final a mulher ensina as relações sexuais diferenciadas dos animais, com o homem deitado na horizontal sobre a mulher, posição propicia para a fertilidade. Há uma ligação afetiva que ligava o homem e a mulher que mesmo sendo de espécies diferentes criaram laços que contribuíram para a hegemonia da espécie.





Auto-avaliação

Este filme reporta-me para a importância real do fogo, pois no nosso quotidiano é tão banal que nem imaginamos a sua importância. É muito bonito ver como são descritos no filme as relações de afecto e como isso pode modificar o comportamento animalesco existente.
Eu fiquei impressionada com todo o desenrolar da história é realmente interessante, é uma forma de olhar para trás e entender um pouco mais do que realmente é a luta pela sobrevivência, de como foram criados os laços afectivos e a mudança que isso trás ao ser humano.